A Primavera Árabe foi um fenômeno de revolta popular contra ditadores que iniciou em 2010 na Tunísia, localizada na parte norte do continente africano. Um jovem tunisiano, insatisfeito e desiludido com a sua caótica situação financeira, não vendo perspectiva de melhora, tomou um ato extremo: ateou fogo em seu próprio corpo, como forma de protesto se imolando diante de centenas de espectadores.
Logo centenas se espalharam pelo país fazendo com que, dez dias depois, o presidente Zeni El Abdine Ben Ali fosse deposto do seu cargo, pois estava governo desde novembro de 1987 sem nada produzir para resolver a crise econômica que empobrecia cada vez mais a população. Altas taxas de desemprego e milhares de pessoas sem acesso à saúde e educação ajudou no formulação do quadro caótico da sociedade.
Mas os protestos não pararam por aí, antes incentivaram outros povos a lutarem contra os seus ditadores e assim, os egípcios também foram às ruas, exigindo a saída do presidente Hosni Mubarak, que era considerado um ditador, por estar no poder há 30 anos ininterruptos. Muitas das manifestações ocorreram na Praça Tahrir (ou Praça da Libertação, no Cairo, capital do Egito). O resultado é que Mubarak renunciou ao governo após 18 dias de manifestações. O choque violento entre manifestantes e forças aliadas foi extremamente violento, mas libertou, pelo menos aparentemente, ambos países das garras ditatorias que ainda vigoravam na região e incentivaram outros movimentos ao redor do mundo.
Após a queda dos presidentes, foram conclamadas novas eleições, e nas urnas os partidos islâmicos conseguiram se elegerem ambos países. Na Tunísia fora eleito o partido Enna Hda e no Egito, a Irmandade Muçulmana.
Os efeitos da Primavera Árabe reverberam até a Líbia e Muamar Kadaffi, presidente por 42 anos, foi derrubado após uma longa guerra civil com duração de 8 meses pelos rebeldes que tomaram as cidades importantes como Trípole. Com a investida cada vez mais forte contra as localidades dominadas pelo presidente, eis que o encontraram Kadaffi escondido dentro de um canal de esgoto, na cidade de Sirte, cidade natal do presidente. Torturado e morto, Kadaffi foi penúltimo presidente a cair diante dos protestos que abalaram toda região. O ultimo foi Ali Abdulhah Saleh, presidente do Iêmen, que com receio de ser assassinado, assinou um acordo para deixar o poder logo após sua mesquita ter sido alvo de ataques, em Sanaa. Um governo de conciliação nacional, foi anunciado pelo seu sucessor, o vice Rabbuh Mansur Al Radi que assumiu o poder em seu lugar
Contudo, em alguns países da Primavera Árabe, as estruturas de governo permaneceram inalteradas. Como Marrocos, Argélia, Jordânia, Cisjordânia, Iraque, Irã, Kuwait, Bahren, Arábia Saudita, Omã e Síria.