A tragédia do dia 1º de maio, em São Paulo, quando um prédio ocupado por pessoas sem teto pegou fogo e desabou, trouxe à tona algo que muitos não gostariam de lembrar: existem milhares de pessoas no Brasil que não possuem onde morar. Mais precisamente 6,3 milões de pessoas que não possuem onde reclinar a cabeça com dignidade.

Elas passam pelo problema cotidiano de não ter uma casa digna, onde reclinar morar. Onde estavam as autoridades no momento do desabamento, nós não sabemos, mas as pessoas do prédio nós sabemos onde estão ainda.
Jesus também sofreu este tipo de coisa e fez do céu o seu teto, pois ele mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça. Até quando trataremos assim os nossos semelhantes? até quando não nos indignaremos com fatos que acontecem em nosso país. Todo dia um prédio de sonhos desaba, todo dia, um prédio de emoções incendeiam-se em torno dos escombros da vida e no meio deles, famílias inteiras, vidas completas são perdidas no descaso daqueles que fingem não ver que Jesus ainda dorme nas praças.

Conheça um pouco da história do edifíco
RAIO-X
Edifício Wilton Paes de Almeida
Construção: 1962
Área construída: 11.083m²
Área de terreno: 660m²
Localização: esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Antônio de Godói – Centro de São Paulo
O prédio que foi tomado por um incêndio de grande proporções no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, 1º, guarda história de quase 60 anos.
Projetado na década de 60 pelo arquiteto brasileiro Roger Zmekhol para ser a sede da Companhia Comercial de Vidros do Brasil, o edifício foi um marco da arquitetura moderna. 24 andares, além de dois pisos de sobre-lojas comerciais, e 11 mil m² de área construída. Era o símbolo do arrojo modernista.
Em 1992, foi tombamento como Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Sua característica marcante era a enorme fachada envidraçada, que lhe rendeu o apelido de “pele de vidro”.
O imóvel foi usado pela Polícia Federal do início dos anos 1980 até 2002. Entre 2007, o INSS abriu um posto de atendimento no edifício, mas ocupou apenas a área térrea, enquanto os demais andares continuavam vazios. A Previdência deixou o local em 2010, por causa da infestação de mosquitos da dengue e o prédio foi fechado.
Nesta época, começaram as invasões de moradores de rua e os furtos de equipamentos, como cabos e outras instalações. A Secretaria do Patrimônio da União, ligada ao Ministério do Planejamento, tentou transformar o local em centro cultural, mas desistiu por falta de verba
Em 2012, a Unifesp obteve autorização para implantar no prédio a sede de seu curso de direito, mas o projeto foi abandonado no ano seguinte. Atualmente, o edifício era ocupado irregularmente por 120 famílias.
“O prédio estava inclinado havia pelo menos 20 anos, quase um metro pra frente. A gente chamou as autoridades várias vezes e não deu em nada. Agora estamos assim, vamos recolher os escombros. As pessoas da ocupação eram pessoas boas – claro que tem um ou outro que não, mas a maioria era. Nós fazemos trabalho com pessoas em situação de rua e eles vinham à igreja” disse o Pastor Frederico Ludwig, 61, à BBC.
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