Alterações climáticas: estamos no fim?

As alterações climáticas são um dos desafios mais urgentes enfrentados pela humanidade. A crescente concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, resultado da atividade humana, está causando um aquecimento global sem precedentes, com consequências potencialmente catastróficas para o meio ambiente e para a vida humana. Desde o aumento do nível do mar até a intensificação de eventos climáticos extremos, as alterações climáticas estão transformando o nosso mundo, exigindo soluções urgentes e abrangentes para protegermos nosso planeta e garantirmos um futuro sustentável para as gerações futuras. Neste contexto, é fundamental compreendermos as causas e os impactos das alterações climáticas, bem como as ações que podemos tomar para mitigá-las e adaptarmo-nos a elas.

As alterações climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pelo nosso planeta atualmente. O aumento da temperatura global, a acidificação dos oceanos, o aumento do nível do mar e o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos são apenas alguns dos problemas causados pelas alterações climáticas.

Um dos problemas mais imediatos é o aumento da temperatura global. Desde o início da Revolução Industrial, a temperatura média global subiu cerca de 1 grau Celsius, e espera-se que aumente ainda mais nas próximas décadas. Isso pode ter consequências devastadoras para os ecossistemas terrestres e aquáticos, incluindo a perda de habitat, a diminuição da biodiversidade e o colapso de cadeias alimentares.

A acidificação dos oceanos é outro problema grave causado pelas alterações climáticas. À medida que o dióxido de carbono é absorvido pelos oceanos, a acidez aumenta, o que pode ter efeitos devastadores na vida marinha. A acidificação dos oceanos pode afetar a capacidade dos organismos marinhos de produzir conchas e esqueletos, e pode prejudicar a capacidade dos peixes e crustáceos de se reproduzirem e crescerem.

O aumento do nível do mar também é um problema causado pelas alterações climáticas. À medida que as temperaturas globais sobem, o gelo polar derrete e a água do oceano se expande. Isso pode levar a inundações costeiras, erosão e a perda de habitat para animais terrestres e aquáticos.

Além disso, as alterações climáticas também podem aumentar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como furacões, tempestades de neve, secas e ondas de calor. Isso pode ter efeitos devastadores nas comunidades locais, incluindo danos à infraestrutura, interrupção de serviços essenciais e perda de vidas.

Em resumo, as alterações climáticas são um problema grave que pode ter efeitos profundos na vida na Terra. Para enfrentar esse desafio, precisamos tomar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar práticas sustentáveis que protejam nosso planeta e garantam um futuro habitável para as gerações futuras.

Exemplos históricos:

Exemplos históricos de pessoas que acreditam que os desastres naturais foram o fim do mundo podem ser encontrados na Europa medieval, particularmente durante a Peste Negra que devastou o continente no século XIV. A Peste Negra, uma pandemia que matou milhões em toda a Europa, é considerada uma das piores catástrofes da história da humanidade. Naquela época, muitos acreditavam que a Peste Negra era um sinal do fim do mundo e que o fim do mundo estava chegando. Essa crença é influenciada por muitos fatores, incluindo interpretações religiosas, como as profecias do livro do Apocalipse descrevendo os sinais do fim dos tempos, bem como a teoria astrológica e a visão medieval de que o mundo é um lugar instável e incerto onde desastres naturais são inevitáveis, onde isso acontece frequentemente.

Essa visão apocalíptica da peste negra levou muitos ao desespero e ao fatalismo, bem como aumentou o fanatismo religioso e o extremismo, como açoitamento e perseguição de minorias religiosas, como os judeus. Embora na época se acreditasse amplamente que a peste negra era um prenúncio do fim do mundo, agora sabemos que a pandemia foi causada pela bactéria Yersinia pestis e disseminada por pulgas em ratos. Uma resposta eficaz dos governos e das sociedades ao surto é crucial para a superação da crise e a recuperação das sociedades europeias.

Por que este tema parece não sensibilizar muitos cristãos:

A questão do ceticismo sobre as alterações climáticas por parte de alguns cristãos é complexa e multifacetada. Existem diversas razões que podem explicar por que muitos cristãos não acreditam nos males das alterações climáticas. Algumas dessas razões incluem:

Crenças religiosas: Algumas interpretações religiosas podem levar algumas pessoas a questionar a existência das alterações climáticas ou minimizar sua importância. Isso pode ocorrer porque algumas interpretações religiosas enfatizam o domínio humano sobre a natureza, o fim dos tempos ou a ideia de que Deus está no controle de tudo.

Influência política: A questão das alterações climáticas tem sido frequentemente usada por políticos de diferentes ideologias como uma ferramenta de disputa. Alguns cristãos podem ser influenciados por políticos que questionam a existência ou a importância das alterações climáticas, o que pode levar a crenças contrárias à evidência científica.

Falta de informação: Algumas pessoas podem não ter acesso ou não entender as informações científicas que explicam as alterações climáticas e seus efeitos negativos. Isso pode levar a confusão ou ceticismo em relação ao assunto.

Interesses econômicos: Algumas pessoas podem ter interesses econômicos que são contrários às medidas que visam combater as alterações climáticas, como a redução das emissões de gases de efeito estufa. Isso pode levar a ceticismo em relação às alterações climáticas, uma vez que o reconhecimento de sua existência pode levar a medidas que afetam seus interesses.

Como se vê, as razões pelas quais muitos cristãos não acreditam nos males das alterações climáticas são complexas e multifacetadas, envolvendo crenças religiosas, influência política, falta de informação e interesses econômicos. No entanto, é importante destacar que a questão das alterações climáticas é uma questão científica e que há evidências contundentes que demonstram seus efeitos negativos no planeta e na sociedade. Ações efetivas são necessárias para combater as alterações climáticas e é importante que todos trabalhem juntos para proteger o meio ambiente e garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.

O que a Igreja pode fazer em relação a isto

Embora as alterações climáticas possam ter consequências extremamente graves e impactantes na vida humana e no meio ambiente, não devemos pensar nelas como o fim do mundo. Ainda há muitas ações que podemos tomar para mitigar os efeitos das alterações climáticas e adaptar-nos a elas, a fim de proteger nosso planeta e garantir um futuro habitável para as gerações futuras.

Embora haja muitos desafios a serem enfrentados, a tecnologia e a ciência estão avançando rapidamente, proporcionando novas soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e construir uma economia mais sustentável. Além disso, a cooperação internacional e os acordos climáticos globais podem ajudar a coordenar os esforços globais de mitigação e adaptação às alterações climáticas.

No entanto, é importante lembrar que as mudanças climáticas estão se acelerando e que a ação humana para reduzir as emissões de gases de efeito estufa é essencial para limitar os impactos das alterações climáticas. Portanto, precisamos agir rapidamente e de maneira decisiva para proteger nosso planeta e garantir um futuro mais sustentável e seguro para todos.

A igreja evangélica pode contribuir de várias maneiras para diminuir os males causados pelas alterações climáticas. Aqui estão algumas possíveis formas de atuação:

  1. Educação e conscientização: A igreja evangélica pode desempenhar um papel fundamental na educação e conscientização das comunidades sobre as questões das alterações climáticas. Isso pode incluir a promoção de eventos e palestras sobre o tema, bem como a disseminação de informações relevantes em publicações e na internet.
  2. Práticas sustentáveis: A igreja evangélica pode adotar práticas sustentáveis em suas atividades e infraestrutura, como a utilização de fontes de energia renovável, a redução do desperdício de alimentos e a adoção de práticas de reciclagem. Também poderia organizar mutiroes de reflorestamento e diminuir o consumo de copos descartáveis durante os seus cultos;
  3. Mobilização social: A igreja evangélica pode mobilizar sua base de fiéis para participar de iniciativas de mitigação e adaptação às alterações climáticas, como campanhas de reflorestamento, ações de limpeza de rios e praias, entre outras.
  4. Advocacia: A igreja evangélica pode fazer lobby junto aos governos e outras organizações para a adoção de políticas e práticas mais sustentáveis, bem como defender os direitos das comunidades afetadas pelas alterações climáticas.

Conclusão

As alterações climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade neste século. A ciência é clara em relação aos impactos das atividades humanas no clima e os efeitos negativos que isso tem em nossa sociedade, economia e meio ambiente. A mudança precisa ser liderada por todos os setores da sociedade, incluindo as organizações religiosas, como a igreja evangélica.

As ações que a igreja evangélica pode realizar para ajudar a mitigar e adaptar-se às alterações climáticas são muitas. As ações educativas, práticas sustentáveis, mobilização social e advocacia são exemplos de como essa comunidade pode contribuir para diminuir os males causados pelas alterações climáticas.

É importante que todos nós façamos nossa parte para combater as alterações climáticas, independentemente da nossa religião ou origem. A proteção do meio ambiente é uma responsabilidade coletiva, que requer ações imediatas e eficazes. Se trabalharmos juntos, poderemos criar um futuro sustentável para todos e preservar a vida em nosso planeta.

Se este texto te foi útil, compartilhe com alguém, dê uma estrelinha e assine pra receber mais notificações.

Avaliação: 5 de 5.

SIGA-NOS NO INSTAGRAM

Como um cristão deve se comportar diante da tragédia humanitária dos povos Yanomami

O etnônimo “yanomami” foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë, significa “seres humanos”

BBC-NEWS

Apesar do etnômio citado, referente à humanidade dos nossos povos ancestrais, os Yanomai não tem sido tratado como tais

Quem são os povos Yanomani

Os Yanomami são um povo indígena da Amazônia, localizado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Eles são considerados uma das comunidades indígenas mais antigas da América do Sul e têm uma cultura rica e diversificada, com uma forte ligação à natureza e aos seus deuses.

A história dos Yanomami é marcada pela opressão e exploração por parte de invasores, incluindo colonizadores, missionários e empresas que buscavam exploração dos recursos naturais da Amazônia. Em meados do século XX, muitos Yanomami foram expulsos de suas terras devido à exploração de minérios, madeira e outros recursos naturais.

Desde então, a luta dos Yanomami para proteger suas terras e preservar sua cultura tem sido contínua. Embora tenham ganhado reconhecimento legal de suas terras, eles ainda enfrentam ameaças como a invasão de madeireiros e garimpeiros, a propagação de doenças e a violência.

A história dos Yanomami é uma história de sobrevivência e resistência diante de uma série de desafios, e é importante reconhecer e apoiar sua luta por direitos e proteção de sua cultura.

A tragédia

A tragédia humanitária Yanomami é uma questão social e ambiental complexa no Brasil, que envolve o povo Yanomami, um dos mais antigos grupos indígenas da América do Sul. A população Yanomami é afetada por muitos problemas, incluindo a exploração dos recursos naturais de suas terras, a violência e o assassinato de seus líderes, a invasão de madeireiros e garimpeiros, e a propagação de doenças como a malária. Além disso, a destruição do meio ambiente tem um impacto negativo na cultura e sobrevivência dos Yanomami. O Brasil tem uma responsabilidade legal e moral de proteger os direitos e a cultura dos povos indígenas, incluindo os Yanomami, e tomar medidas para garantir sua segurança e preservação de suas terras e recursos.

Atendimento no primeiro dia da Força Nacional do SUS na comunidade YanomamiIgor Evangelista/MS

A sáude dos povos Yanomani

A situação de saúde dos Yanomami é bastante precária, com muitos desafios e problemas enfrentados por essa comunidade. Alguns dos principais problemas incluem:

  1. Doenças infecciosas: A introdução de doenças como a malária, a tuberculose e outras doenças infecciosas tem tido um impacto significativo na saúde dos Yanomami. Muitos deles não têm acesso a tratamento médico adequado ou imunização.
  2. Falta de recursos: O acesso limitado a recursos básicos como água potável, alimentos saudáveis e cuidados médicos é uma grande preocupação para a saúde dos Yanomami.
  3. Violência: A violência, incluindo a violência sexual, é um problema grave que afeta a saúde mental e física dos Yanomami.
  4. Destruição do meio ambiente: A destruição do meio ambiente, incluindo a exploração dos recursos naturais e a poluição, tem um impacto negativo na saúde dos Yanomami e na disponibilidade de recursos naturais para a sua sobrevivência.

Um silêncio angustiante

Embora muitas lideranças evangélicas, no Brasil, tenham se calado diante desta tragédia, ainda existe teologos que tem sido profetas em defesa da humanidade indígena. Um deles é o teólogo evangélico que tem defendido os direitos dos povos indígenas é Alan J. Roxburgh. Ele é um teólogo missionário e escritor americano que tem se dedicado a abordar questões de justiça social e direitos humanos, incluindo a proteção dos direitos dos povos indígenas.

Em sua obra, Roxburgh argumenta que a igreja tem a responsabilidade de proteger e defender os direitos dos povos indígenas, incluindo seus direitos à terra e à cultura. Ele argumenta que essa defesa é uma questão de justiça e fidelidade à mensagem central do evangelho.

Roxburgh também tem trabalhado para fazer uma ponte entre as comunidades indígenas e a igreja, ajudando a construir relacionamentos de respeito e compreensão mútua.

Além de Roxburgh, existem outros teólogos evangélicos que têm defendido os direitos dos povos indígenas, incluindo outros missionários, pastores e teólogos da justiça social. O trabalho deles é importante para ajudar a sensibilizar e mobilizar a igreja para a defesa dos direitos dos povos indígenas.

Overflight records areas of illegal mining within the Yanomani Indigenous Land in Roraima in April 2021. Sobrevoo regista áreas de garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, em abril de 2021

Como o cristão deve se portar diante destes fatos?

Como seguidores de Jesus Cristo, os cristãos são chamados a amar a todos sem exceção e a seguir o exemplo de Jesus em sua vida e ensinamentos. Diante da tragédia humanitária Yanomami, isso pode incluir:

  1. Oração: Orar pela proteção e cuidado do povo Yanomami e pelo fim da opressão e violência contra eles.
  2. Educação: Aprender mais sobre a cultura e as necessidades dos Yanomami e compartilhar essa informação com outros.
  3. Ação: Participar de campanhas de conscientização e apoio aos direitos dos povos indígenas, incluindo os Yanomami. Isso pode incluir doações para organizações que prestam assistência aos Yanomami, ou pressionar o governo a agir de forma mais eficaz para proteger a cultura e os direitos dos povos indígenas.
  4. Respeito: Tratar os Yanomami com respeito e dignidade, reconhecendo sua cultura e valores, e evitando ações que possam prejudicar a sua comunidade.

Em geral, os cristãos são chamados a se envolver de forma ativa na luta contra a opressão e injustiça, e a tragédia humanitária Yanomami é uma oportunidade para responder a esse chamado e agir de acordo com os ensinamentos de Jesus.

Obs. A fim de preservar a imagem das crianças e da população Yanomami não reproduzimos nenhuma imagem da situção degradante em que encontram as crianças e demais pessoas na aldeia.

Concluindo

Conclui-se que a questão dos direitos dos povos indígenas é uma questão importante e complexa, e envolve muitos desafios e desafios. A situação dos Yanomami no Brasil é um exemplo disso, com muitos desafios relacionados à saúde, à segurança e aos direitos humanos.

No entanto, há esperança de mudanças positivas, com o trabalho de teólogos evangélicos como C.R. Roxburgh, que defendem os direitos dos povos indígenas e trabalham para sensibilizar e mobilizar a igreja para essa causa. Além disso, há vários grupos e organizações dedicados a apoiar os povos indígenas, lutando por seus direitos e proteção.

É importante que todos nós continuemos a nos envolver e a trabalhar juntos para proteger e apoiar os povos indígenas, garantindo que eles tenham acesso a direitos e oportunidades iguais, e preservando suas culturas e modos de vida para as gerações futuras.

Continue lendo “Como um cristão deve se comportar diante da tragédia humanitária dos povos Yanomami”

Você conhece a Teologia Negra?

Introdução

A teologia negra é um campo de estudo crítico e importante que se concentra nas teologias e doutrinas desenvolvidas por comunidades negras. A partir de suas experiências de opressão e luta pela liberdade e igualdade, a teologia negra busca oferecer uma visão única e valiosa sobre a fé e a religião. Ela também se preocupa com a reinterpretação de textos religiosos tradicionais para incluir perspectivas e histórias dos negros, e com a criação de uma teologia que seja relevante e significativa para as comunidades negras. Neste artigo, vamos explorar as raízes e as principais ideias da teologia negra, bem como seu impacto na sociedade e na religião.

Desenvolvimento

A teologia negra é um campo de estudo que se concentra nas teologias e doutrinas desenvolvidas por comunidades negras, especialmente as relacionadas as suas experiências de opressão e luta pela liberdade e igualdade. A teologia negra também se preocupa com a reinterpretação de textos religiosos tradicionais para incluir perspectivas e histórias dos negros, e com a criação de uma teologia que seja relevante e significativa para as comunidades negras. Alguns dos principais teólogos negros incluem James Cone, Delores S. Williams.

A importância de James Cone e Delores S. Williams, para a conformação da teologia negra

James Cone e Delores S. Williams são dois teólogos negros importantes que tiveram um papel significativo no desenvolvimento e na disseminação da teologia negra.

James Cone é amplamente considerado como o “pai” da teologia negra e foi um dos primeiros teólogos negros a escrever sobre o assunto. Ele desenvolveu sua teologia negra a partir de suas próprias experiências como negro americano e cristão e da história da luta dos negros pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em seus livros, como “A Black Theology of Liberation” (1970), Cone argumenta que a teologia tradicional não é relevante para os negros e que é necessário criar uma nova teologia que seja baseada nas experiências e necessidades deste grupo étnico. Cone também argumenta que a liberdade para os negros é uma questão central na fé cristã e que a luta dos negros pelos direitos civis é uma forma de lutar pela justiça divina aqui na terra.

Delores S. Williams, por sua vez, é conhecida por sua contribuição para a “Teologia Womanist” (A teologia mulherista em tradução livre) que é uma vertente da Teologia Negra que se concentra nas questões de gênero e de raça, e que se concentra nas mulheres negras. Ela argumenta que as mulheres negras enfrentam desafios únicos devido à sua intersecção de raça e gênero e que esses desafios precisam ser levados em conta na teologia. Em seu livro “Sisters in the Wilderness: The Challenge of Womanist God-Talk” (1993), Williams propõe uma nova maneira de entender a fé e a religião que é baseada nas experiências e necessidades das mulheres negras.

A teologia mulherista argumenta que as mulheres negras enfrentam desafios únicos devido à sua intersecção de raça e gênero e que esses desafios precisam ser levados em conta na teologia. Ele também procura reinterpretar os textos sagrados cristãos para incluir a perspectiva das mulheres negras e cria uma teologia que é relevante e significativa para as mulheres negras.

Além disso, a Womanist theology, busca desafiar a opressão e a exclusão das mulheres negras, dentro das comunidades religiosas, e também, dentro da sociedade de forma geral. Ele também busca inspirar e liderar a luta pela igualdade e justiça para as mulheres negras.

No entanto, ao contrário da teologia feminista como era predominantemente praticada por mulheres brancas e da teologia negra, predominantemente praticada por homens negros, Williams asseverava que a opressão das mulheres negras aprofunda a análise da opressão na teologia.

Pode-se dizer, então, que James Cone e Delores S. Williams são dois teólogos negros fundamentais que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da teologia negra, oferecendo perspectivas únicas e valiosas sobre a fé e a religião baseadas nas experiências e necessidades das comunidades negras. Suas obras continuam sendo estudadas e debatidas até hoje, sendo reconhecida a importância de seus estudos para a compreensão da Teologia Negra.

A teologia negra no Brasil

A teologia negra tem tido uma influência significativa no Brasil, especialmente nas comunidades religiosas negras e nas lutas pela igualdade racial e social. Eu, particularmente, tive contato com este tema através do livro … em que seu autor, o Pr. Batista Marco Davi, afirma que “Ao contrário do que parece ocupar o imaginário popular – especialmente dos evangélicos –, a religião com o maior número de negros não são as religiões de origem africana, mas os pentecostais”, que por sua vez, tem crescido cada vez mais.

Existem várias pesquisas que mostram o crescimento significativo do número de crentes pentecostais no Brasil nos últimos anos. Algumas estimativas sugerem que o pentecostalismo é a segunda maior denominação cristã no Brasil, atrás apenas do catolicismo.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2017 mostrou que cerca de 20% da população brasileira se identifica como pentecostal ou neopentecostal. Isso representa cerca de 42 milhões de pessoas. Outra pesquisa, realizada pela Fundação Getúlio Vargas em 2018, mostrou que o pentecostalismo é a segunda maior denominação cristã no país, com cerca de 22% da população se identificando como pentecostal ou neopentecostal.

Outra pesquisa, publicada em 2019 pela Universidade de Brasília, mostrou que o número de pentecostais no Brasil cresceu de 5% em 1991 para mais de 20% em 2016. Essas estatísticas mostram um crescimento constante do pentecostalismo no Brasil.

Talvez por isto, uma vez que o pentecostalismo tem crescido no Brasil, e que a sua maioria é formada por negros, a teologia Negra tenha ganhado cada vez mais espaço em solo brasileiro e feito com que cada vez mais, teólogos e estudiosos da Bíblia, negros, tenham se voltada para a teologia negra numa tentativa de reinterpretar as escrituras a partir do recorte racial buscando explicações mais profundas sobre quem são, sua luta e papel na sociedade desigual e racista que vivemos.

Conclusão

Concluindo, podemos dizer que a Teologia Negra é um campo de estudo crítico e importante que se concentra nas teologias e doutrinas desenvolvidas por comunidades negras. Ele oferece uma visão única e valiosa sobre a fé e a religião baseadas nas experiências e necessidades das comunidades negras. Iniciada por teólogos afro-americanos,  ela tem contribuído significativamente para temas extremante atuais do mundo em que vivemos. A teologia negra tem tido uma influência significativa no Brasil, especialmente nas comunidades religiosas negras e nas lutas pela igualdade racial e social, e isso é visto como uma forma importante de valorizar e as experiencias de vista e de fé inspirando a luta pela justiça social e econômica. A teologia negra é uma contribuição valiosa para a compreensão da religião e da fé a nível global.

Vamos continuar falando sobre o assunto?  Creio que estamos só começando.

Continue lendo “Você conhece a Teologia Negra?”

A palestina nos tempos de Cristo

As pessoas na época de Jesus e dos apóstolos viviam de forma muito diferente de nós. Moradias, comida, roupas, relações familiares, etc, nada disso era similar ao que temos hoje. As coisas mudaram muito.

Os(as) historiadores(as) conseguiram compor um quadro bastante preciso de como era a vida no tempo de Jesus, na Palestina, com base nos relatos do Novo Testamento, nos estudos de documentos históricos e nas descobertas arqueológicas. E isso é de grande utilidade para quem estuda a Bíblia.

Faço a seguir um breve relato de como essa vida era no dia-a-dia. O quadro que emerge não é nada bonito: as pessoas eram muito pobres e tinham vida muito difícil, para os padrões atuais.

Pirâmide Socal em Israel

As pessoas viviam muito pouco – a expectativa de vida era de apenas quarenta anos -, não tinham qualquer conforto, passavam dificuldades de toda sorte. Mal tinham o suficiente para matar a fome. Na realidade, as pessoas pobres hoje em dia tem padrão de vida melhor do que as pessoas de uma forma geral no tempo de Jesus. Vejamos alguns detalhes:

Forma de moradia

As pessoas viviam em casas feitas de tijolos, fabricados com barro e palha, secos ao sol. Esse material era muito parecido com o que os israelitas faziam para os egípcios durante seu período de escravidão, cerca de 1.500 anos antes de Jesus.

O piso dessas casas era normalmente de terra batida – apenas em residências mais ricas, o piso era de pedras. 

Os telhados eram planos e feitos de vigas de madeira entrelaçadas com ramos de árvores, com os espaços vedados por argila seca. Naturalmente, quando chovia, a água amolecia e removia parte dessa argila e apareciam goteiras… 

O pé-direito das casas era pouco maior do que dois metros, bem menos do que os padrões atuais, comprovando que as pessoas eram baixas – isso faz sentido, considerando os padrões nutrição deficientes daquela época.

O telhado também servia como local para dormir nos dias mais quentes do ano. Por isso costumava ter um parapeito de madeira para impedir que as pessoas caíssem. Um lance de escadas externo levava do térreo até o telhado.

As casas eram pequenas, abafadas e escuras, porque quase não haviam janelas, por motivo de segurança. A iluminação era ruim, tanto pela falta de luz natural, como também porque a luz artificial, vinda de lâmpadas de óleo, era precária.

As moradias não tinham água corrente e nem esgoto e, portanto, eram sujas para nossos padrões atuais. A água era conseguida em poços comunitários, sendo colhida e transportada em jarros de barro, tarefa muito cansativa.

A moradia de uma família mais simples, como a de Jesus e da maioria dos seus discípulos, costumava ser formada por um único cômodo, sendo uma parte elevada, onde eram colocadas esteiras de dormir, arcas para roupas e utensílios de cozinha. À noite, os animais normalmente ocupavam a parte mais baixa do cômodo, para ficarem protegidos. Quando os animais não estavam ali, as crianças usavam o espaço livre para brincar.

As camas eram feitas de esteiras colocadas diretamente sobre o piso, cobertas por mantas – somente pessoas mais ricas tinham camas. Não haviam mesas e nem cadeiras – a mobília era muito escassa. 

Comida


Os judeus costumavam comer duas refeições por dia: uma por volta do meio dia e outra no começo da noite. Sua dieta consistia de pão (aquele tipo que hoje chamamos de “árabe”), leite e queijo de cabra, vegetais e frutas. Em locais próximo do mar ou lagos, contavam também com peixes. Carne (cabrito ou carneiro), assada ou cozida, e vinho, diluído em água, somente eram consumidos em dias especiais.

As pessoas comiam reclinadas (nas ocasiões mais formais), acocoradas ou sentadas no chão. 

Vestuário


Os homens usavam túnicas, que iam até os joelhos. Um cinto era usado na altura da cintura, onde eram penduradas facas, ferramentas, etc. No inverno, usavam um manto ou capa pesada para se abrigar melhor. As roupas eram normalmente brancas.

As mulheres usavam uma túnica curta, como roupa de baixo, e sobre ela, uma túnica colorida, que ia até os pés. Os adornos eram fitas coloridas e miçangas – as joias eram raras. Mantos eram usados para abrigar melhor no inverno.

Vida em família


Grupos familiares grandes, formados por várias gerações de pessoas, eram comuns. A família era a base da sociedade e as relações de parentesco tinham grande importância.

O nascimento de um bebê do sexo masculino era motivo de grande alegria, mas bebês do sexo feminino eram motivo de desapontamento. No oitavo dia de vida, o garoto era circuncidado e recebia um nome, enquanto a menina podia ficar até um mês sem nome.

As famílias não tinham sobrenome para diferenciá-las. Por causa disso, as pessoas de mesmo nome eram distinguidas mediante o uso do nome do pai e até do avô – por exemplo, há uma passagem na Bíblia que Jesus se refere a Pedro como “Simão Barjonas”, que quer dizer “Simão” (seu nome) “filho” (bar) de “Jonas” (nome do seu pai). Também podia ser feita referencia à convicção política da pessoa (p. ex. “Simão, o Zelote”), à sua profissão (p. ex. “José, o carpinteiro”) ou ao local de onde a pessoa vinha (p. ex “José de Arimateia” ou “Maria de Magdala ou Madalena”).

Casamentos eram ocasiões festivas, que geravam comemorações de mais de um dia. As pessoas vestiam suas melhores roupas, a comida incluía os melhores pratos, havia música e dança. As pessoas se casavam muito cedo, assim que amadureciam sexualmente e podiam gerar filhos(as), já que a vida era curta.

As mortes eram frequentes e os enterros eram caracterizados por atos exteriores de sofrimento, como rasgar as próprias roupas, jejuar e cobrir-se de cinzas. Também eram usadas carpideiras, profissionais contratadas para chorar.

Conclusão


A dificuldade da vida nos tempos de Jesus deve fazer apreciar ainda mais o que aquelas pessoas conseguiram fazer, contando com tão poucos recursos e tendo que superar tantas dificuldades. Seu exemplo de vida é uma grande lição para nós.

Se este texto te foi útil, compartilhe com alguém, dê uma estrelinha e assine pra receber mais notificações.

Avaliação: 5 de 5.

Blog no WordPress.com.

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: